Desafios e oportunidades para o desenvolvimento de habilidades.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) afeta cerca de 1% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com uma ampla variação de características e níveis de gravidade, o autismo torna cada indivíduo único, apresentando desafios no dia a dia, mas também oportunidades para desenvolver habilidades específicas. Abordagens adequadas podem promover maior diversidade e inclusão na sociedade.
O QUE é o autismo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação, interação social e comportamentos repetitivos, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde. O autismo se manifesta na infância e persiste na vida adulta, sendo diagnosticado clinicamente com base em sinais de alerta. O diagnóstico precoce pode melhorar a independência e a qualidade de vida dos autistas, que muitas vezes convivem com outras condições, como epilepsia e ansiedade. Classificado sob o código 6A02 na CID-11, o TEA abrange um amplo espectro de habilidades e desafios, exigindo conscientização social e adaptação às suas necessidades.
Níveis de suporte
NÍVEL 1
Tem a linguagem pouco prejudicada e alguma dificuldade em participar de situações sociais e em iniciar relacionamentos. Indivíduos nesse nível podem ter dificuldades em manter uma conversa, assim como em fazer e manter amigos.
NÍVEL 2
Necessita de mais suporte, pois a gravidade dos prejuízos na linguagem é maior, com possibilidade de deficiência intelectual. Tem mais dificuldade com habilidades sociais em comparação ao nível 1.
NÍVEL 3
Tem a linguagem muito prejudicada e dificuldade significativa em participar de situações sociais e em iniciar relacionamentos, além de possibilidade de comportamentos repetitivos e estereotipados. Exige apoio substancial por causa dos graves déficits social, emocional e comunicacional. É considerado o grau mais grave.
Necessidades, causas e diagnóstico
A classificação dos níveis do Transtorno do Espectro Autista (TEA) indica a quantidade de apoio que a pessoa precisa para atingir seu potencial, sem sugerir maior gravidade ou menor capacidade. As causas do autismo ainda não são totalmente conhecidas, mas acredita-se que envolvem uma combinação de fatores genéticos e ambientais. O diagnóstico é feito através de uma avaliação clínica baseada em critérios do DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais) como dificuldades na interação social, comunicação não verbal e comportamentos repetitivos. Cada pessoa autista é única, assim como as causas e manifestações do transtorno.
QUAIS são os sintomas do autismo
O Transtorno do Espectro Autista apresenta uma ampla gama de sintomas, que podem ser difíceis de identificar. Eles estão principalmente relacionados a desafios na comunicação e interação social, mas também podem incluir comportamentos e interesses peculiares, como fixação intensa em assuntos ou objetos específicos, resistência a mudanças na rotina e movimentos corporais incomuns.
Menos contato visual: Pessoas com TEA tendem a fazer menos contato visual durante interações sociais.
Dificuldade em expressar ideias e sentimentos: No autismo, pode ser difícil entender e utilizar linguagem corporal, gestos e expressões faciais, o que leva a dificuldades em compartilhar interesses e expressar emoções.
Reação a mudanças na rotina: Pessoas com autismo muitas vezes reagem com explosões emocionais, choro ou agressividade quando sua rotina é alterada.
Comportamentos repetitivos: Comportamentos repetitivos, como balançar as mãos, estalar os dedos ou andar nas pontas dos pés, são comuns.
Preferência por objetos: Crianças autistas geralmente preferem brincar sozinhas e podem não mostrar interesse em interagir com outras crianças. As dinâmicas são levadas às realidades da vida adulta.
Sensibilidade sensorial: Pessoas com TEA podem ser altamente sensíveis a estímulos sensoriais, como sons altos, luzes brilhantes, cheiros fortes e contato físico.
Essas características podem se manifestar desde a infância, mas o diagnóstico muitas vezes ocorre apenas mais tarde na vida, sendo comum na adolescência ou até na vida adulta, especialmente quando os sintomas são leves.
Pessoas com TEA têm uma maior probabilidade de desenvolver comorbidades, ou seja, outras condições médicas ou de saúde mental que coexistem com o transtorno.
Essas comorbidades podem causar desconforto, acentuando a manifestação dos sintomas principais. Por exemplo, é quatro vezes mais provável que pessoas com TEA desenvolvam depressão do que aquelas sem o transtorno. Isso acontece porque o TEA muitas vezes está relacionado a dificuldades sociais que podem aumentar o estresse e a ansiedade.
Além disso, muitas crianças e adultos com autismo podem experimentar desconforto físico, possivelmente devido a problemas gastrointestinais.
Até 85% das pessoas com TEA podem experimentar distúrbios gastrointestinais, embora ainda não haja uma explicação genética ou neurológica conhecida para essa prevalência.
A epilepsia também é uma comorbidade significativa, afetando de 25% a 40% das pessoas com TEA e necessitando de atenção médica especializada.
POR QUE a neuro diversidade deve ser acolhida
A neuro diversidade propõe que condições como autismo, TDAH e dislexia, que tornam as pessoas neuro divergentes, não devem ser vistas como doenças, mas como variações naturais da biologia humana.
O movimento defende a aceitação e inclusão dessas pessoas, destacando que o maior obstáculo que enfrentam são as barreiras sociais, não suas diferenças neurológicas. Segundo o Instituto Brasileiro de Neuro diversidade, o movimento busca garantir direitos civis, igualdade, respeito e plena participação dos neuro divergentes na sociedade.
“A neuro diversidade é um movimento social que busca, antes de tudo, os direitos civis, igualdade, respeito e inclusão para os neuro divergentes”, diz cartilha do Instituto Brasileiro de Neuro diversidade, ONG que luta pela causa.
