No Dia Internacional do Imigrante, celebrado em 18 de dezembro, é impossível não lembrar das histórias de dor, esperança e resiliência que marcam os movimentos migratórios. Da Venezuela ao México, passando pelos desertos mortais e mares traiçoeiros que separam continentes, a busca por um futuro melhor se traduz em trajetórias marcadas por desafios quase intransponíveis.
A Venezuela, por exemplo, rica em petróleo, carrega o peso de sua abundância natural. A cobiça internacional, especialmente dos Estados Unidos, contribuiu para uma crise humanitária que atinge todas as classes sociais, independentemente do viés político no poder. Essa situação obriga milhares de venezuelanos a abandonarem suas casas, enfrentando fronteiras hostis e condições degradantes.
A relevância do tema é também amplificada por tragédias recentes. Apenas em 2024, 40 imigrantes já perderam a vida em travessias perigosas, segundo dados da ONU. Entre 2014 e 2021, o número de mortos ultrapassou 200 apenas na travessia entre a Grã-Bretanha e o restante da Europa, e 740 nas rotas que conectam Europa, África e Ásia. Esses números, ainda que impressionantes, não conseguem medir a dor e o sofrimento enfrentados por milhões de pessoas.
O Relatório Mundial sobre Migração de 2024, da ONU, revela que há 281 milhões de migrantes no mundo. A ACNUR estima que, em 2022, 120 milhões de pessoas foram deslocadas à força. No Dia do Imigrante, novos dados podem surgir, mas a realidade segue alarmante.
Neste Dia do Imigrante, é fundamental lembrar que a busca por um lugar onde se possa viver com dignidade não é apenas uma luta individual, mas uma causa humanitária que precisa do esforço coletivo de governos, organizações internacionais e da sociedade como um todo. Afinal, cada história de migração é também uma história de coragem e resistência diante de um sistema global que muitas vezes fecha portas onde deveria abrir caminhos.
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