Setor agropecuário enfrenta desafios ambientais e comerciais após decisão do Carrefour.
O setor agropecuário enfrenta pressões crescentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, especialmente por exigências rigorosas da União Europeia. Essas políticas têm gerado manifestações de produtores rurais, que alegam competição desleal com países sul-americanos que possuem regras ambientais mais flexíveis.
A situação ficou ainda mais delicada com o anúncio do presidente mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, de suspender a compra de carne dos países do Mercosul, afetando diretamente frigoríficos brasileiros como JBS, BRF e Marfrig. Após o anúncio, as empresas brasileiras interromperam o fornecimento de carne para a rede francesa.
O Carrefour, por sua vez, confirmou a suspensão, mas garantiu que não haverá desabastecimento. Estima-se que a Friboi, marca do JBS, responde por 80% do volume fornecido à rede, chegando a 100% no Atacadão, também controlado pelo grupo francês.
Em resposta, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reafirmou o compromisso do Brasil com a sustentabilidade e a qualidade dos alimentos produzidos. Ele declarou em nota oficial:
“Não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros. Mais uma vez, o Ministério reitera o compromisso da agropecuária brasileira com a qualidade, sanidade e sustentabilidade dos alimentos produzidos no Brasil para contribuir com a segurança alimentar e nutricional de todo o mundo”.
A suspensão levanta debates sobre a sustentabilidade no agronegócio e os impactos no mercado global de alimentos.
Qual pode ser o impacto?
– Redução da produção: A queda na demanda internacional pode fazer com que frigoríficos diminuam a produção, impactando a cadeia de fornecedores.
– Perda de empregos: Desde a criação de gado até os trabalhadores em frigoríficos, milhares de pessoas podem ser afetadas pela retração no mercado.
– Pressão sobre a balança comercial: Menores exportações significam menos dólares entrando na economia.
– Pressões regulatórias e ambientais: Com mais investimento em tecnologias sustentáveis, o Brasil deve comunicar mais as suas ações para a manutenção de sua imagem no âmbito mundial.
