Líderes da Venezuela e da Guiana se reúnem no Caribe em meio a tensão da disputa regional
O Presidente da Guiana, Irfaan Ali, declarou que os dois países estão comprometidos com a paz, após encontro com Nicolás Maduro. O enunciado repete o que foi dito antes da reunião:
“Venho aqui para buscar, pela única via possível, a via do diálogo e da negociação, soluções efetivas”, disse Maduro à imprensa ao chegar a Kingstown, a capital de São Vicente e Granadinas.
A região é disputada entre, a então colônia britânica, Guiana e a Venezuela há quase 200 anos. A última decisão sobre a disputa, foi no dia primeiro de dezembro de 2023. O Tribunal Internacional de Justiça decidiu que a Venezuela não tem o direito de alterar as Fronteiras da maneira que elas estão hoje. A decisão favorece a Guiana, no entanto não pode obrigar os países em suas decisões.
Essequibo representa 70% do território de Guiana. Uma região rica em petróleo e belezas naturais. Com uma selva tropical pouco explorada, os interesses por esta região incluem gás, ouro, diamante e outros minerais.
Em 2015 a multinacional Americana ExxonMobil fez 46 descobertas de reservas de petróleo na região, isso aumenta drasticamente a capacidade petrolífera da Guiana. Uma reportagem da BBC Brasil, mostrou que a Guiana se tornou um dos países que mais crescem economicamente no mundo. A expectativa é de que o PIB crescerá 25% em 2023. Depois de uma alta de 57,8% em 2022.
Com a possibilidade de um conflito armado na fronteira com o Brasil, o assessor de assuntos internacionais do Governo, Celso Amorim, participou da reunião, com objetivo de contribuir para o diálogo e evitar ações unilaterais.
As Forças Armadas Brasileiras foram enviadas recentemente para monitorar a região que faz fronteira com o Brasil. O Brasil representa uma influência histórica conciliadora e deve ser um mediador importante para apaziguar o clima entre os países.
Ao fim do encontro, o primeiro entre os dois líderes desde a escalada da disputa, Maduro e Ali deram um aperto de mão e, segundo o governo venezuelano, se disseram comprometidos em “diminuir a controvérsia em relação ao território de Essequibo”.