Uma nova oportunidade para a escrita manual nas escolas
Um estudo da Universidade da Noruega descobriu que escrever à mão é melhor para o cérebro do que digitar, segundo foi publicado na revista Frontiers in Psychology.
Nos últimos anos, menos pessoas têm escrito à mão. Nos Estados Unidos, em 2021, apenas 37% das pessoas escreviam com papel e caneta regularmente. No Reino Unido, o número era semelhante, apenas 40% dos britânicos mantiveram o hábito.
Durante muitos séculos, as pessoas usavam papel, lápis, canetas ou penas para escrever. Foi assim até o século XVIII, quando a máquina de escrever foi inventada. Essa invenção trouxe uma mudança muito grande na forma como escrevemos e pensamos sobre a escrita.
De acordo com o estudo norueguês, escrever à mão ajuda a lembrar melhor o que estamos escrevendo e nos conecta mais com o que estamos registrando. Durante a escrita mais partes do cérebro ficam ativas, especialmente aquelas que nos ajudam a lembrar e entender ideias. Os cientistas que conduziram o estudo disseram que os movimentos visuais e motores envolvidos na escrita à mão ajudam a melhorar como nosso cérebro aprende e se conecta.
O estudo feito pela Universidade da Noruega observou os impulsos elétricos do cérebro das pessoas enquanto elas escreviam à mão e digitavam. No processo de digitação em teclado, os movimentos dos dedos são os mesmos para todas as letras, que muitas vezes são digitadas apenas por parte dos dedos, o que torna a aprendizagem ainda mais comprometida.
Neurocientistas relatam em estudos recentes, que a ideia de escrever em letra cursiva, quando comparada a digitação, é o melhor caminho na facilitação e otimização do desenvolvimento da linguagem em conjunto com a leitura.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê o ensino da habilidade de escrever em letra cursiva nos primeiros anos do ensino fundamental. Enquanto isso, nas escolas da Califórnia (EUA) as crianças do primeiro ao sexto ano voltam a aprender esta habilidade em 2024, depois de ter deixado o currículo californiano em 2010. Outros 20 estados americanos estão aderindo.
A caligrafia ainda é extensivamente ensinada na Europa Ocidental, especialmente em nações como Reino Unido, Espanha, Itália, Portugal e França.
O uso excessivo e precoce do Smartphone é uma questão ainda mais desafiadora, que interfere diretamente no comportamento de crianças e sua maneira de aprender e experimentar a linguagem, sobretudo no desenvolvimento da escrita.